quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Síndrome de Estocolmo

A síndrome recebe seu nome em referência ao famoso assalto de Norrmalmstorg do Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo que durou de 23 a 28 de Agosto de 1973. Nesse acontecimento, as vítimas continuavam a defender os sequestradores mesmo depois dos seis dias de sequestro ter terminado e mostraram um comportamento reticente nos processos judiciais que se seguiram. O termo foi cunhado pelo criminólogo e psicólogo Nils Bejerot, que ajudou a polícia durante o assalto, e se referiu à síndrome durante uma reportagem. Ele foi então adoptado por muitos psicólogos pelo mundo fora. 

As vítimas começam por identificar-se emocionalmente com os sequestradores, a princípio como mecanismo de defesa, por medo de retaliação e/ou violência. Pequenos gestos gentis por parte dos sequestradores são frequentemente amplificados porque, do ponto de vista do refém é muito difícil, senão impossível, ter uma visão clara da realidade nessas circunstâncias e conseguir medir o perigo real. As tentativas de libertação, são, por esse motivo, vistas como uma ameaça, porque o refém pode correr o risco de ser magoado. É importante notar que os sintomas são consequência de um stress físico e emocional extremo.

O complexo e dúbio comportamento de afectividade e ódio simultâneo (aos sequestradores) é considerado uma estratégia de sobrevivência por parte das vítimas.  É importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso. A mente fabrica uma estratégia ilusória para proteger a psique da vítima. A identificação afectiva e emocional com o sequestrador acontece para proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e violenta à qual a pessoa está a ser submetida. Entretanto, a vítima não se torna totalmente alheia à sua própria situação, parte de sua mente conserva-se alerta ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do sequestrador nalgum momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado.
Nem todas as vítimas desenvolvem traumas após a situação terminar.  
A síndrome pode desenvolver-se em vítimas de sequestro, em cenários de guerra, sobreviventes de campos de concentração, pessoas que são submetidas a prisão domiciliar por familiares e também em vítimas de abusos pessoais, como mulheres e crianças submetidas a violência doméstica e familiar. É comum também no caso da mulher que é agredida pelo marido e continua a amá-lo e defendê-lo como se as agressões fossem normais. 

As bandasYo La Tengo, Muse, e Blink-182 fizeram músicas inspiradas nessa síndrome, podendo ser muito bem ser identificada na literatura infantil, no clássico conto francês, escrito por Marie le Prince de Beaumont, "A Bela e a fera" que conta a história de uma garota bonita e inteligente que é vitima de cárcere privado por uma Fera, e por fim desenvolve um relacionamento afetivo e se casa com a fera.
Arlequina, vilã super-héroi Batman e parceira do Coringa, era psiquiatra antes de se tornar vilã. Ela foi fazer uma consulta ao Coringa no asilo e a partir daí começou sua carreira de crimes ao seu lado.

Há correlação da síndrome com dois dos personagens centrais de Jogos Mortais, uma proeminente série de filmes já consolidada na cultura pop importada dos Estados Unidos. A jovem ex-drogada Amanda, Shawnee Smith, após ter conseguido concluir as provas do assassino JigsawJohn Kramer, conquistou a admiração dele por lutar por sua vida e passou a trabalhar para ele, dando continuidade à sua série de matanças.

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